sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dreamer

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Eu quero a resposta para todas as perguntas, quero conhecer tudo aquilo que é chamado de desconhecido. Quero encontrar o encaixe de todas as peças e juntar o par de todas as meias. Quero sumir com todas as dores do mundo e desenhar com giz de cera um sorriso em cada rosto. Quero encontrar a ponta do durex e fazer o biscoito não cair com a manteiga pra baixo. Quero que todo o mar tenha onda e todo dia seja ensolarado. Quero terminar todas as guerras e curar todas as chagas. Quero preencher toda folha em branco com palavras de esperança e, aos corações desiludidos, com amor. Distribuir um abraço a cada pessoa solitária e união a todas as famílias. Quero dar abrigo sempre que chover e um par de Havaianas quando fizer muito sol. Quero que todos tenham muitos amigos e alguém para amar. Eu quero que todos amem, amem e sejam correspondidos. Eu quero flores no jardim e a certeza de um futuro melhor, porque de fato ele pode ser. Na verdade tudo pode ser, é só a gente não desistir de sonhar.

Sonho real

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Essa estrada é longa demais, possui meandros e bifurcações que apenas servem para confundir. Com a preocupação do destino e o cansaço da jornada adormeci e durante o sono me vi acordada. Só assim pude sonhar e apenas sonhando descobri o que é real. Vi a realidade escondida sob destroços de descrença e desespero. Nas ruínas pude contemplar a realidade abraçada com o sonho. Ele era lindo, colorido e despenteado. O sonho abraçou a realidade, tirou-a do caos e a levou para passear numa nuvem colorida. Eu não entendia - como poderia o sonho ser irmão da realidade? - e como não entendi, acreditei, e por acreditar voltei a ter fé em mim mesma. Gostei. Gostei tanto que me soltei dos grilhões e também fui brincar numa nuvem colorida e açucarada. Minha alma sorria e emanava cheiros e cores que todos conseguiam ver. Mas pelo meio do caminho tropecei em minhas próprias dúvidas e caí. Pedaços de questões não resolvidas puxavam a barra do meu vestido insistindo em ter uma solução. Interrogações emaranhavam-se pelos meus cabelos e gritavam tudo o que eu não tinha resposta. Cada vez que escorregava e adentrava no abismo do desconhecido eu era atacada por frases sem sujeito, diretos sem objetos, paráfrases sem donos e ironias sem humor. Caí, mas ao cair descobri que poderia voar e ao ruflar minhas asas consegui apartar para longe pequenos fragmentos de tristeza que corriam atrás de mim. Pousei e quando prostrei meus pés no chão me senti ainda mais no céu. Tocando o possível eu senti, desejei e possuí o intangível. Em meio a calmaria vi sair por dentre os arbustos os dois irmãos, agora ambos sorrindo. Eles me tomaram pela mão e me mostraram o caminho de volta, que eu segui sem saber se era sonho ou realidade. Coloquei a mão no bolso e encontrei pedaços multicoloridos de nuvens e então sorri contente. Finalmente havia parado de cair, voar é bem melhor.