sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Minha primeira vez

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Eu lembro perfeitamente como aconteceu, foi quase amor à primeira vista. Quase. Mas antes eu tive que entender. Eu e essa minha mania de tentar entender o “inintendível” (bom dia, neologismo, você por aqui?).

Era um fim de tarde e eu tinha acabado de chegar da escola, acho que tinha uns 14 anos, mais ou menos. Cheguei no quarto e joguei a mochila no chão, como de costume. As paredes do cômodo pareciam mais tortas do que o normal, já que meu quarto, ao invés de ser um quadrado ou retângulo, é um paralelogramo (curioso não? rs).

O rapaz me encarava com os olhos claros mais suplicantes que já vi. Ele se aproximava, mas parecia recuar. Eu queria, precisava dele, mas não entendia exatamente o que estava acontecendo. Sua voz invadia meus ouvidos e me desorientava, ele cantava e eu podia ouvir o cheiro de cores e folhas molhadas. Ele pedia passagem e eu permiti. Entrou, me violou, retirou a venda da inocência e me proporcionou a melhor experiência da minha vida.


A mochila estava jogada no chão e a TV, sintonizada na MTV. Na tela, um rapaz loiro andava de costas e cantava com a voz mais suave que eu já tinha ouvido. Fiquei inerte, não sabia se sentava na cama, se permanecia de pé ou se apenas continuava com o sorriso bobo que estava grampeado no meu rosto, mesmo sem entender o que estava sentindo, eu sentia e isso era o que importava, eu FINALMENTE sentia!

Hoje estou a aproximadamente 24 horas de ver isso ao vivo, a banda que me guia por quase 10 anos, e a emoção é a mesma. Cada vez que ouço uma música ainda sinto o cheiro das cores e amanhã sei que isso será ainda mais forte. Amanhã, quando o Chris Martin cantar “she dreamed of paradise”, eu terei finalmente encontrado o meu. <3