segunda-feira, 14 de abril de 2008

Minha missão

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Um dia um anjo torto, desses que andam nas sombras, disse:

- Vá, e seja a voz de todos aqueles que o mundo calou, todos que desistiram de seus sonhos. Faça-os acreditar novamente, mostre-lhes o caminho, dê suas palavras mais desinteressadas e sê fiel a teus princípios. Não te preocupes com inspiração alguma, pois quando menos esperar ela irá surgir como um clarão que irá lhe assombrar madrugadas a fio, nas quais escreverás incessantemente até findar-lhe as ideias. Serás uma exímia conhecedora da alma humana e, como tal, saberás transcrever como ninguém as mazelas que aprisionam cada ser. De fato isto poderá lhe acarretar alguma dor e é bem provável que muitos não a compreendam e chegarão ao ponto de lhe reprovar, mas não te zangues, atingirás teu objetivo independentemente das pedras em teu caminho. Tuas palavras terão a densidade necessária para que os leigos entendam e os instruídos não as descartem. Suas estrofes devem trazer a alegria e a esperança de que cada um pode - e deve! - construir seu futuro da melhor maneira possível. Vá e transmita tua mensagem pois agora teus versos têm sabor.

Depois disso acordei, e sem saber se era verdade ou não, tomei a pena e pus-me a escrever. Tendo me dado um toque de azul ao sangue agora sou mensageira das palavras e não há força no mundo que possa intervir sobre o poder da criação. A estrada não se escolhe, apenas segue-se. A leitura é um prazer. A escrita, uma obrigação. Essa é a minha missão.