quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Poema para um verso

1 ficaram (des) consertados
Eu tenho um verso
preso aqui dentro que teima
em não querer pular
para o papel.

Ele andava quietinho
mas eu o vim perturbar
em meio ao doce silêncio
que teima em bradar nos meus ouvidos.

Mas os versos são sensíveis
não gostam de ser importunados;
são geniosos e só nos visitam
na hora que bem entendem.

Alguns são faceiros e alegres
outros, briguentos e carrancudos
mas este que está preso
não é uma coisa nem outra.

Ele é tímido, e como tal
adora se esconder, me faz
trocar o ´´R`` pelo ´´L``
numa enorme confusão lingüística.

Este verso é malandro
ele quer fazer-se esquecer
pra depois numa manhã de domingo
ele sair assim, inteiro, de uma vez.

Viu?