segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Todas as estrelas do céu

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Será que as estrelas são iguais em todos os céus?
Será que o luar daqui é igual ao luar de lá?
Se eu fizer um pedido para uma estrela cadente,
será que ele vai chegar?
Não sei onde você está,
mas tenho certeza que você pode me ouvir cantar.

E depois de todos os defeitos,
será que esse laço foi desfeito?
Não entendo,
mas sei que todos os meus erros foram perfeitos.
Um dia, talvez.
Quem sabe há um meio de fazer você perder o receio?

Toda noite eu olho esse luar, abro o peito e o meu chão desaba.
A lágrima cai, mas não dói, só aumenta.
Se esse chão é de concreto,
minhas nuvens são de papel.
E meu amor é infinito
como todas as estrelas do céu.


Starry night over the Rhone (1888) – Vincent van Gogh

Orkut: um morto muito louco

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Desde que começou a lenda urbana da morte do Orkut, ele já mudou de layout, lançou uma versão genérica do "like" e mais algumas coisas que eu realmente não vou lembrar agora. Mas nesse verão ele decidiu fazer algo diferente (sic). Há alguns dias foi anunciado no blog da rede social uma nova funcionalidade: Hashtag nas comunidades do Orkut. Agora, todo post pode conter uma hashtag, que é uma palavra (ou palavras) sem espaço e que são antecedidas pelo símbolo #, assim como acontece no Twitter. Quem clicar em uma determinada hashtag será direcionado para uma página especial com todo o conteúdo relacionado ao assunto.


Essa é de longe uma funcionalidade que eu gosto muito e sinto falta no Facebook. Talvez o Zuckie ache que seu público não quer segmentação, mas se ele pretende levar à frente seus planos de transformar sua rede social em um centralizador de informação, talvez devesse começar a pensar com mais carinho sobre isso.

Agora será que o público vai gostar e se adaptar? Será que esse é o indício de que o Orkut está longe de morrer? Ou será apenas uma tentativa desesperada de ressuscitar um cadáver? Vamos aguardar e ver quais dessas perguntas serão respondidas. Mas ao que tudo indica o Orkut está provando que pode até estar morto, mas longe de ser enterrado.

Portas batidas

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Quer ir, vá. Eu não vou te segurar.
Vá, mas deixe tudo o que é meu.
Devolva o Doyle, os Machados e Prousts.
Sabe aquele site incrível? Ele é meu, nunca foi seu.
Quero de volta todos os cds, você nunca gostou mesmo de Rock.
Cadê aquela camisa dos Rolling Stones?
Você nunca se sentiu à vontade com Chico ou Caetano.
Por que agora vive cantarolando Los Hermanos?
Vai, mas deixa tudo o que é meu.
Não quero mais que você veja Almodóvar, não quero ouvir críticas aos Cohen ou palmas para Eastwood.
A verdade é que você nunca soube apreciá-los.
Esquece, deixa pra lá.
Deixa por aqui. Por aqui ou por lá.
E deixa esse moleskine também. Agora você escreve?
Agora você entende de arte? Tá tentando ser uma pessoa melhor?
Vai, mas deixa tudo o que é meu.
Arranca fora esse sorriso, porque ele também não é teu.
Veste a carapuça do mau humor, esse sim foi feito pra você.
E aqueles péssimos hábitos? Estranho pensar que o que antes me fazia rir, hoje me enoja.
Estranho nada, pensando bem é até normal. Ou seria banal?
Vamos, quero de volta todas as manhãs acinzentadas e noites estreladas!
Guardei o pôr-do-sol numa caixinha e te dei, agora todos os meus dias são nublados.
E o que ganhei com isso?
Pode sair por essa porta, mas deixa em cima da mesa todos os sorrisos que eu te dei.
Todos os abraços, todos os beijos.
Sabe aquelas conversas, as palavras de apoio, as declarações?
Coloca tudo numa bandeja que mais tarde eu recolho.
Eu quero o que é meu, nada disso é teu.
É tudo meu, faz parte do meu eu e eu não quero nada meu que também seja teu.
Deixa tudo e vai, bate a porta e joga fora as chaves,
porque no meu teto você não dorme, no meu chão você não voa, na minha vida você não está.
Pelo menos não mais.