sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Astronauta de metal

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Esse peito é feito de metal e as estrelas voam como papel.
Não vou me enganar, não quero mais sofrer.
Por isso sou uma nova pessoa a cada amanhecer.

Busco o incrível porque no real não acredito.
Sou estranho, não curto o erudito.
Minha alma brilha como o aço, meu coração é uma caixa a pulsar.
Meu corpo é sangue, metal e luar.



Náufrago

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Meu barco afundou. Transbordei lágrimas e me afoguei em desilusões achando que qualquer encosto era tábua de salvação. Não era. E então resolvi me atirar ao mar novamente e nadei de volta para mim. Encontrei uma ilha deserta e me senti bem. Sacudi minha árvore e deixei os frutos podres caírem. Se restar pelo menos um já ficarei feliz. Se não restar pelo menos ainda terei a mim. Na minha ilha fica quem quer e vai quem sabe nadar, mas não esqueça: se estiver se afogando não venha me pedir ajuda, não tenho pena de ninguém. Você não me conhece!



Caminhos tortos

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Hoje eu acordei bem cedo e fui ver o mar,
sei que tudo tem um tempo pra passar.
Pelo menos é nisso em que
durmo acreditando.

Hoje estou tão cansado de tanto asfalto,
quero tirar as meias e aposentar os sapatos.
Quero correr até que o horizonte
encontre o mar.

Sei que todo o caos há de passar,
só rezo para ter alguém em quem me apoiar.
Leva o pranto e trás contigo
o meu sorriso.

Esse grito cego, pavor abafado,
mesmo isso não faz com que eu perca meu atalho.
Construí meu caminho e nele
vou até o fim.