sábado, 6 de março de 2010

Lembranças

7 ficaram (des) consertados
Eu lembro de tudo. Foi intenso, mágico, quase surreal. Posso recordar o brilho dos teus olhos e toda a verdade que insistes em negar com palavras. Elas não nos são mais necessárias pois juntos, cada fibra do nosso corpo se mantém conectada. Palavras são inúteis, mas ainda sim insistimos em usá-las. E em meio ao maior momento de prazer surge, quase que simultaneamente, o balbuciar da mesma frase: "Eu te amo!".

Cada músculo cansado repousa um sobre o outro enquanto você me olha com uma cumplicidade, quase infantil, de quem sabe que fez uma travessura. Olhares trocados, palavras guardadas, tato, suor, pele, saliva, alma. Ah, alma! Quem dera ter mais alma para dar! De alguma forma você conseguiu me libertar da dor e agora, só ao seu lado consigo ser eu mesma.

Em meio a um rompante surge um som incômodo que me faz revirar na cama. Olho pro lado e vejo o vazio, frio e surge um gosto amargo de fel nos lábios. Hoje eu acordei sentindo falta. Eu lembro de tudo. Foi intenso, mágico, quase surreal. Pena que não aconteceu.