domingo, 22 de agosto de 2010

E se?

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E se você desistir? Você irá se sentir melhor? Essa dor no seu coração finalmente cessará? Você acha que ficaria mais fácil? Calmo? Seguro? Se nada é do jeito que você quer, não será sua responsabilidade mudar o que não gosta? Será que a força que você procura não está em si mesmo? Será que a dor é tão grande que você realmente não pode suportar? Lá fora do seu quarto tem um mundo, e ele é maravilhoso, mas pode ser muito cruel também. Ele é exigente com todos os seus filhos.

Pare de se esconder debaixo do seu cobertor e tome a vida em suas mãos. Reinvente-se, crie, modifique. Destrua e faça de novo. Tudo igual. Tudo diferente. Depois mude de novo, de novo e de novo. Mude até não restar mais nada. Mude até você mudar de ideia. Mude até de fato a mudança acontecer. Você não é grande, pequeno, forte ou fraco, você é apenas uma pessoa no meio de tantas outras. Pode ser pouco mas acredite, você é mais do que suficiente e pode sim fazer toda a diferença. Apenas acredite - e nunca desista de tentar.

Sou

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Eu me alimento do efêmero, do fulgaz, do devir. Eu transbordo o vazio e encho-o de reais alucinações. Eu invoco o nada, transpiro o futuro e expurgo o passado. Em minhas retinas vê-se a avidez do que ainda está por vir.

Eu sou minha melhor companhia, meu melhor anjo e o meu próprio algoz. São meus passos que encontro ao lado dos meus. É o meu toque que encontro quando me abraço. Quando vou, o que resta e o que se vai é a mesma saudade em mim. Quando sou não é para ser, é para ter. Quando vou carrego o pesar de quem nunca gostaria de ter ido. Quando tenho, tu tens. Quando sou, tu és. Quando vou, tu vais. Enquanto eu morro, tu renasces.

Ao anoitecer

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Hoje ela acordou com vontade de levar sua vida para passear, mas o céu estava encoberto por uma estranha melancolia. Nenhuma das flores que ela regava com tanto empenho quis ver a luz do dia e hoje, nem o seu sorriso quis sair da toca. Resolveu banhar-se mas acabou se encobrindo de um lirismo lancinante. Não queria a melancolia, não queria o lirismo, não queria o lascivo. Buscava a tranquilidade de sua loucura como o sol beija o horizonte a cada entardecer. Quis ficar assim então: ela mesma. Sólida e atroz a qualquer mundo que possa existir lá fora. Só o que importava era o seu mundo. Era a imperatriz do seu reino de prata e nada poderia intervir. Fechou-se em copas e buscou pelo seu às de espadas, vermelho e destemido, bravo como Dartanhã, visionário como Dom Quixote. Ela corria e o vento girava cada vez mais rápido os moinhos de vento em sua cabeça. Quis sorrir e sorriu; quis chorar e chorou. E ao anoitecer caiu em um profundo sono. Novamente sonhava com o que tinha de melhor.

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Pensei por muito tempo sobre o que eu deveria fazer com o "desconsertando". 33 posts atrás eu iniciei uma jornada rumo ao que eu achava que sabia fazer - escrever. Sim, achava que sabia, porque depois de tentar colocar à prova o que eu era capaz, na maioria das vezes eu era reprovada por uma única pessoa: eu. Poderia enumerar milhares de motivos para o excesso de autocrítica mas em suma, se você não tiver um pouco de senso sobre o que faz, quem o terá? Mas aí alguém me disse uma vez que "o que não é bom pra você pode ser bom pra outra pessoa" e eu fiquei pensando nisso. De fato, se fosse contar quantos desses posts eu acho realmente bons e quantos as outras pessoas acham bons, veríamos uma clara diferença. Pensei em excluir, em parar, em largar o "vício" que mais em entorpece, mas ao pensar em deixar todas as palavras trancadas dentro de mim minha cabeça lateja em reprovação. É como se eu precisasse expô-las, como se elas necessitassem da luz do dia como qualquer um de nós precisa de ar em nossos pulmões. A ideia de simplesmente parar já é recorrente e toda a vez que ela ressurge eu sou açoitada por frases incongruentes e verbos defectivos. Eu não quero, mas elas precisam sair e já não cabe mais a mim julgá-las como boas ou ruins. Um filho é tão amado quanto possa ser e prometo que nunca mais irei preterí-los. A mim compete a função de dar-lhes à luz, ao mundo a de achar alguma utilidade para elas. E se pelo menos isso fizer a diferença na vida de uma pessoa sequer, já terei minha tarefa tida como paga.