domingo, 22 de agosto de 2010

Ao anoitecer


Hoje ela acordou com vontade de levar sua vida para passear, mas o céu estava encoberto por uma estranha melancolia. Nenhuma das flores que ela regava com tanto empenho quis ver a luz do dia e hoje, nem o seu sorriso quis sair da toca. Resolveu banhar-se mas acabou se encobrindo de um lirismo lancinante. Não queria a melancolia, não queria o lirismo, não queria o lascivo. Buscava a tranquilidade de sua loucura como o sol beija o horizonte a cada entardecer. Quis ficar assim então: ela mesma. Sólida e atroz a qualquer mundo que possa existir lá fora. Só o que importava era o seu mundo. Era a imperatriz do seu reino de prata e nada poderia intervir. Fechou-se em copas e buscou pelo seu às de espadas, vermelho e destemido, bravo como Dartanhã, visionário como Dom Quixote. Ela corria e o vento girava cada vez mais rápido os moinhos de vento em sua cabeça. Quis sorrir e sorriu; quis chorar e chorou. E ao anoitecer caiu em um profundo sono. Novamente sonhava com o que tinha de melhor.

1 ficaram (des) consertados:

Unknown disse...

Realmente eu ficaria mega feliz se pudesse levar minha vida para "passear", e o melhor se ela soubesse o caminho. rs