Ando cansada de impossibilidades, das tentativas reais na minha cabeça que, na verdade, não passam de ilusões. Ando cansada de desenhar pessoas perfeitas para mim quando tenho que me contentar com rascunhos mal acabados e sem alma. Enquanto tudo o que eu posso ser é suprimido, retalhado e amordaçado pela realidade, cada parte de mim morre um pouco, devagar e lentamente.
Da impossibilidade do ser, cansei do era, agora quero o será. Quero o futuro no agora porque já não há mais ontem para descrever o que sinto – como sinto? Ando procurando espaço entre as lacunas do ser para achar algo em que possa me segurar, entretanto sobrevivo à beira do abismo balançando-me entre dois trapézios que são sustentados por uma fé quase inexistente de que algo pode mudar. Mas não muda. E enquanto não muda, eu sobrevivo aqui, mergulhada na insustentável leveza do ser. Do era. Sou.


1 ficaram (des) consertados:
Achei lindo!!! Pensei numa frase hoje que vai virar post em breve: "ando cansada de colocar meu coração em um prato".
Beijoooo!
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