domingo, 30 de junho de 2013

O mestre de todos os destinos

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Eu tenho um trato
coisa simples, porém nobre.
Disse para a vida não ir muito pesada
enquanto eu vou pisando de mansinho.

Não quero ouro, prata ou estandarte,
não quero nada além de um fim de tarde.
Castelo de areia, brinquedos, princesa.
Uma rede para descansar e um sol gostoso para me bronzear.

Meu acordo é tratado
e tratado não é fingido,
mas ouça bem uma coisa
porque de sentimento eu não minto.

Largo tudo: rede, brinquedo, areia
mas só se for para viver contigo.

Quebra o trato, foge à regra, vem ser bandido comigo.
E deixa eu abrigar meu amor na longa curva do teu sorriso.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Sobre o 99

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"Qualquer um que queira achar o seu caminho neste mundo deve admitir que não faz ideia de onde está..."






(Durante uma conversa sobre amenidades)


- Você acha que o 100 existe?

- O 100 é a utopia da vida. É aquele desejo que alimentamos só por desejarmos alguma coisa maior do que o presente. Nosso desejo em si é maior do que qualquer coisa que possa existir. Essas pequenas vontades são as maiores traidoras de nossas conquistas. Todo esse anseio no final se torna o nosso maior carrasco. Nada há de completo na vida. O inconformismo entre o copo meio cheio ou meio vazio faz a gente lutar contra moinhos de vento. Encaramos nossos medos transformados em loucura e lutamos com o vento tal qual Dom Quixote. O 100 não existe porque não há completude no mundo. O fim da vida não é o fim do livro, é apenas a certeza de que ele nunca mais será aberto. É o quase. Sempre uma vírgula, nunca um ponto final. Por isso,  menina, lhe digo: o 100 é um lugar que não existe. A felicidade já está no 99. Então pare de tentar se completar e seja feliz com seus pedaços.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Love me

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Escrito originalmente no dia 02 de setembro de 2012, às 04:03 da manhã.



Me ame uma, duas, três vezes.

Me ame às quatro da manhã e às duas da tarde com o mesmo ardor.
Me ame até suar, me ame até desidratar.
Me ame forte, veloz ou suave.
Ame mesmo me odiando, só pelo costume de amar; e quando você enjoar, me ame até o pôr do sol ou o nascer do outro dia.
Me ame até faltar amor, me ame até eu não precisar de amor, me ame porque eu sei que a sua vocação é amar.
Me ame até ralar, até sangrar, até gozar.
Goze comigo, ame comigo, seja comigo.
Me ame além de um amigo, até a voz falhar, o coração parar, até tudo na vida acabar.
Me ame cinco, vinte e cinco, quinhentos e vinte e cinco vezes e só então me ame mais e mais, porque é aí que eu vou precisar.
Me ame, me ame até eu acreditar.